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Não sei se estou longe do mundo, mas em Manteigas sinto que estou. É curiosa esta minha relação com a terra que me viu nascer e me fez crescer. Apesar de estar no Interior Centro do país, ela começa a ser o meu Sul em tudo aquilo que o Sul encerra e cria. É claro que não há a planura do Alentejo que amava muito antes de o conhecer. Nem o pôr-do-sol dessa Silves que para sempre ficará na minha memória como uma das terras que melhor me recebeu. A minha relação Amor/Ódio começa a esbater-se lentamente. A idade, talvez. Ou, então, uma necessidade de refúgio que não consigo em outro lugar. Manteigas com a sua Fraga da Cruz que me olha lá do alto. Manteigas do Rio e do Poço-dos-Moinhos. Manteigas da Serra aos Domingos. Manteigas das ruas estreitas do Eirô. Manteigas da minha infância: uma mata interdita.*






* Jorge Fallorca escreveu: «A mata era um dos espaços interditos da infância.» (Longe do Mundo, Frenesi: 2004, p. 35); eu apenas a adaptei à minha circunstância.

3 comentários:

maria amelia lobo sores colaço disse...

Espreito amiúde a sua escrita;gosto tanto.

fallorca disse...

Abraço, pá!
Tens saudades de Silves, e eu perto dela sinto saudades da nossa Beira: Manteigas, Salgueirais, Vide Entre Vinhas, Seia... sei lá quantas mais

manuel a. domingos disse...

Abraço!

tive um colega de Liceu de Vide Entre Vinhas. era bom moço.