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Preparo o corpo para a tarefa de empacotar, embalar. Sacos e malas esperam sair da penumbra dos seus cantos, esquecidos que estiveram durante um mês. Penso muitas vezes na possibilidade de a minha vida caber toda dentro duma mala. E de ser essa a única coisa coisa que tenho para oferecer. E de ser essa a única coisa que tenho e que posso em verdade dizer que é minha. Sei que estou sempre a dizer o mesmo. Mas o certo é ir para o meu décimo quinto ano de estrada, porque, na realidade, é a única carreira profissional que tenho: a estrada. É a única onde tenho progredido.

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