Livros (155)


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Não foi uma leitura fácil e, sinceramente, não sei se compreendi na totalidade aquilo que Kierkegaard nele diz. Não me é fácil ler filosofia, apesar do interesse que tenho por ela. O filósofo dinamarquês parte de Sócrates: em que medida pode a virtude ser aprendida, procurando dessa maneira elaborar a seguinte questão: em que medida pode a verdade ser aprendida, pois considera o seguinte: se a verdade pode ser aprendida, isso significa que o não é, logo é buscada. Enquanto o pathos de Sócrates se baseia na recordação, o pathos de Kierkegaard baseia-se no instante (com natureza própria, breve, temporal, fugaz, transcorrido, decisivo, cheio de eterno, sendo assim a plenitude do tempo). Deus, para Kierkegaard, não é um nome, mas sim um conceito, sendo que a sua vinda rompe com a relação socrática: «porque entre homem e homem é certo que a relação socrática é a mais elevada, a mais verdadeira. Assim, se o deus não viesse ele mesmo, tudo permaneceria em termos socráticos (...)» (p. 109).
     Kierkegaard introduz o conceito de Fé. Para ele esta não é uma forma de conhecimento, pois o seu objecto não são os ensinamentos, mas sim Deus. Assim, a Fé tem de estar constantemente centrada em Deus. Considera, também, que a Fé é um acto de liberdade e uma expressão da vontade: «A conclusão da fé não é uma conclusão, mas sim uma decisão, e é por isso que a dúvida está excluída:» (p. 144). Todavia, a Fé assemelha-se, em certa medida, àquilo preconizado pelo cepticismo grego, onde a dúvida não surgia por força do conhecimento, mas sim por força da vontade.

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